O dia 28 de janeiro de 1986 não vai ser esquecido tão facilmente da memória dos norte-americanos.
Há 20 anos, às 14h38 de uma manhã muito fria, a nave espacial Challenger descolava do Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, na Flórida, com sete astronautas a bordo. Seria um lançamento especial, pois seria a primeira vez na história que uma professora do ensino secundário integrava a tripulação rumo ao espaço.
Veja o video de homenagem aqui:
mms://wm.nasa-global.speedera.net/wm.nasa-global/dor/challenger.wmv
No entanto, 73 segundos após o lançamento, um problema com o anel de vedação de um dos propulsores fez com que a nave se transformasse numa bola de fogo diante do olhar aterrorizado dos presentes, entre eles diversos parentes e alunos dos astronautas mortos.
Diversos actos lembraram o 20º aniversário da trágica explosão e serviram para lembrar que os desafios da conquista espacial são enormes e muitas vezes tristes.
Um dos momentos mais comoventes do dia aconteceu no próprio Centro Espacial Kennedy. Familiares dos seis astronautas e da professora que morreram na tragédia também foram hoje à Flórida para lembrar aquela manhã.
"Nossas vidas ficaram destroçadas", disse June Scobee Rodgers, esposa do comandante da Challenger, Dick Scobee. No entanto ressaltou que "sem risco não há progresso".
Um dos tripulantes mais lembrados foi Christa McAuliffe, que não conseguiu realizar seu sonho de se transformar na primeira "professora espacial". McAuliffe tinha 37 anos quando foi escolhida, após um rigoroso processo de seleção, para voar a bordo do Challenger.
Os alunos da escola de New Hampshire na qual ela trabalhava voltaram a lembrá-la nesta semana, como fazem todos os anos. A memória da professora também foi homenageada nos 52 Centros de Aprendizagem Challenger, criados em sua honra nos EUA, no Canadá e no Reino Unido.
"Este é o 20º aniversário da inspiração", garantiu Charles Wood, diretor de um dos Centros de Aprendizagem Challenger na Virgínia Ocidental, em entrevista à imprensa local,referindo-se ao exemplo que muitos alunos encontraram na figura de McAuliffe.
Na época, o acidente provocou a suspensão por tempo indeterminado das missões dos vaivém espaciais, os principais veículos tripulados dos EUA no espaço.
As expedições seriam retomadas depois, mas o acidente do Colúmbia, em fevereiro de 2003, voltou a gerar um terremoto na Nasa, depois de uma comissão ter estabelecido que uma das causas do acidente seria a decisão da agência de sacrificar a segurança em um esforço para cumprir seus programas.
Após essa crise, a NASA conseguiu una forte injeção de otimismo no ano passado, depois de completar com sucesso a missão da nave Discovery.
Michael Griffin, administrador da agência, garantiu recentemente que as duas tragédias das naves permitiram à Nasa aprender e se superar, assim como enfrentar com maior eficácia a tarefa de enviar homens ao espaço.
A agência espacial considerou que o desprendimento de um pedaço de isolante do depósito de combustível externo do Discovery, ocorrida na última missão, seria muito perigoso se voltasse a acontecer em missões.
A Nasa também anunciou a retirada definitiva dos vaivém até o ano 2010 que serão substituídos por veículos mais leves, baratos e seguros, que serão usados em expedições tripuladas à Lua e a Marte nas próximas décadas.
Foto: A tripulação da nave Challenger: Francis R. Scobee, Michael J. Smith, Judith A. Resnik, Ellison S. Onizuka, Ronald E. Mcnair, Gregory B. Jarvis e Christa Mcauliffe.
Fonte: NASA
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